domingo, 27 de abril de 2008

DEPOIS DE ALGUM TEMPO



depois de algum tempo aprendes a diferença a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar a alma. e aprendes que amar nao significa apoiar-se e que companhia nem sempre significa segurança, beijos não são contractos e presentes nao sao conversas. e nao importa o quão boa seja uma pessoa ela vai magoar-te de vez em quando e presicas perdoa-la por isso. aprendes que falar pode aliviar dores emocionais, descobres que se leva anos pra construir confiança e segundos para destrui-la e que podes fazer coisas num instante, das quais te arrependerás pro resto da vida. aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distãncias e o que importa não é o que tu tens na vida mas quem tens na vida. descobres que as pessoas que com mais te importas na vida sao tiradas de ti muito depressa, por isso, devemos sempre deixar as pessoas de quem gostamos com palavras amorosas, pode ser a ultima vez que as vemos... aprendes que paciencia requer muita pratica... aprendes que quando estas com raiva tens o direito de estar com raiva mas nao te da o direito de seres cruel. nao é suficiente seres perdoado por alguém tens de aprender a perdoar-te a mesmo. com a mesma severidadade que julgas um dia seras condenado.aprendes que o tempo nao volta para trás por isso planta o teu jardim e decora a tua alma ao inves de esperar que alguem lhe traga flores. percebe que realmente podes suportar... que realmente és forte, e que podes ir mais longe depois de pensar que não se pode mais , e que a vida tem valor e tu tens valor diante da vida! ...


e só nos faz perder o bem que poderiamos conquistar o medo de tentar...


william Shakespear






No silêncio da noite

No silêncio da noite, apenas as lágrimas apagam toda a monotonia do negro
Apenas o solitário canta, entoando seus gritos por todo o vale.
No silêncio da noite, apenas aquele relógio que badalou doze vezes,
Trouxe algo de magia para o meu mundo.
Apenas o vento suave, cobria a copa das altas árvores,
Com o seu beijar silencioso.
No silêncio da noite apenas as minhas lágrimas derramo,
Por entre a solidão.
Apenas sinto e choro baixinho, não quebrarei o silêncio da noite…
Com o meu grito mudo.
No silêncio da noite perco-me, por entre imagens,
Imagens que na minha mente estão.
Apenas imagens, no silêncio da noite.
No silêncio da noite apenas algumas estrelas iluminam o meu céu.
No silêncio da noite só o rasgão de uma estrela cadente desvia o meu olhar.
No silêncio da noite apenas tu podes dar vida a todo o negro.
Apenas tu me podes fazer sonhar!
Apenas tu me podes matar esta dor!
Apenas tu me podes dar vida!
No silêncio da noite, apenas no silêncio da noite eu posso amar-te…





















Quando chorares e sentires o que sinto
Quando não poderes ouvir mais,
Quando não teres mais lágrimas mas teres vontade de chorar,
Quando soluçares em seco, e sentires o que sinto
Quando explodires, compreenderás.
Quando pensares saberás, saberás o que custa,
O ser culpado sem ter culpa.
Saberás ver o espectáculo e estar calado,
Descobrirás os actores que as pessoas são
Descobrirás a tristeza e então calarás tua voz,
Tua imagem apagarás,
O teu respirar, o teu sentir, acabarão.
Quando chorares e sentires o que sinto,
Saberás que tens mais lágrimas, mas que apenas não te as deixam derramar.
Saberás que o palco da vida tem destas coisas,
Fecham-se os olhos a muita gente mas não se fecha um coração.




























Porque não admito?
O que sou, quem sou?
Porque volto a calar o grito alto?
Qual o porquê deste sentimento?
Existe uma nova estrela no meu céu,
Tenho tudo para ser feliz, viver mais uma vez!
Tento fechar os meus olhos mas só penso em mim,
Procuro dentro do meu coração, a razão para o meu sofrimento.
Mas, qual o porquê deste sentimento?
Agarra-me nos teus braços Deus!
Para sempre…
Para sempre…
Agarra-me na tua vida, dá bater a este coração.
Estou no céu, e o céu é tudo o que eu preciso,
Tu és tudo o que eu preciso,
Vem para mim, e para o meu mundo!
Agora é a minha vez,
Tenho tudo para ser feliz, viver mais uma vez!
Melodia no espaço? Não oiço!
Nova estrela no meu céu? Não vi!
Mais uma vez o sol cai, diz-me o teu segredo…
Dirte-ei o meu.
Diz-me, onde está a força para viver?
Eu continuo a mergulhar no nada, a chorar assim…
Porque volto a calar o grito alto?



















Segredos roubados
Um atrás do outro,
Tempo apôs tempo.
Beijos esquecidos, um atrás do outro.
Morro nos teus braços esta noite!
Deve ter sido algo que disseste,
Um golpe de espada fria e cortante …
São segredos roubados,
Tempo passado,
Beijos nunca dados.
Segredos esquecidos…

































Vou fechar a porta,
Fecha a tua também,
Vou fechar os olhos,
Segue-me, vem.
Deixa que o sonho se torne real, deixa o mundo de fantasia entrar.
Deixa-me iluminar o teu caminho,
Fazer o meu ninho.
Vou fazer as malas,
Faz as tuas também,
Vou seguir viagem,
Segue-me, vem.
Vou abrir o meu coração,
Abre o teu também, deixa o amor entrar, o sonho se findar.
Continua o teu caminho, faz o teu ninho,
Sê feliz por um segundo,
Tentando viver neste estúpido mundo.




























De amor para amor,
De terra para terra,
De letra a letra escreve o meu nome,
Chora minha lágrima, minha dor,
Minuto a minuto sente meu sentimento,
Devagar, devagarinho…
De gota a gota se faz um rio,
De semente em semente um bonito jardim
De lágrima em lágrima choro minha dor.
Bem baixo, baixinho,
Diz que me amas.
Tira-me daqui vento!
Pedi boleia a um cometa, mal vi a sua cauda cintilante,
Nos anéis de um planeta, fiquei zonzo, tonto, estonteante.
Aqueci meu coração, junto do sol que me deu vida.
Abri meus olhos, céu estrelado, imenso vi.




























Quero agarrar o expresso,
Do meio-dia, meia-noite, tanto faz.
Quero me deixar levar, para lá,
Bem longe, ao ritmo da música contagiante, um bicho que entra em mim.
Quero repousar à sombra desta impune árvore,
Quero me deixar levar pelo sono, embalar nos meus sonhos.
Deixa-me ir embora, não importa o que pensas…
Deixa-me subir a escada para o céu, mas…
Dá-me mais uma chance,
Sei que não me deixarás ir embora,
Todos me dizem que te deveria deixar por um bocado,
Não mostras o amor que tens por mim,
Assim continuo sózinho no escuro sem ti.
Quero partir, não me mostras o que sentes.
É sempre a mesma história, o mesmo ritmo,
Liberta-me, imploro-te, sou eu…
Não me solto, não me desprendo da monotonia…
Deixa-me fugir da vida ao menos.


























Não tenho hoje a coragem,
Mas um dia terei.
Partirei pela estrada fora,
Não olharei para trás
Mesmo chorando irei,
Não escutarei, não olharei, não sentirei.
Ficarão chorando, por mim talvez rezando,
Mas andando sempre irei.
Terei a coragem necessária,
Seguirei o meu caminho,
Destruindo o meu único e verdadeiro ninho,
Mas um dia partirei.
Chore que chorar, sofra que sofrer.































Creio na própria contradição que sou
Respondi ao mar depois da sua pergunta
Tornei-me um abstimento que sonha,
Sonhei que um dia voltaria a mim a força.
Sonhei com uma porta aberta sobre o mar.
Preciso de um quarto onde possa fechar a porta,
Pela janela entrará a solidão de que hoje preciso.
Preciso de um quarto sem contraste, sem vida, sem mais nada,
Sem sentimentos…
Sem nada de nada…
Só com estes desejos de culpa que os deuses ignoram,
Preciso de um lugar onde apenas possa viver comigo
Só e sem mais ninguém.
É como deixar-se de amar, já deixei.
Mas, ficando aquém do amor que ainda existe.
De frente para o mar, confessei…
As ideias já não se conformam,
Prefiro agora a liberdade, a liberdade do mar.
A liberdade deste silêncio …
Deste silêncio que me inunda e seduz.
No sorriso digo tudo.
Mas, novamente desviei o meu olhar para o mar.
A anti-forma que a vida é.
A vida aqui se esgota, se deforma…
Afogo as palavras mais gastas, pois não servem para mais nada.
A água escorre por entre os dedos, mas morro de sede, e aqui,
Tão perto está o mar.

















Um dia quando o sol não brilhar,
A lua não te iluminar
Talvez percebas o que sinto.
Talvez um dia queiras sorrir, e algo te impeça,
Um dia ao saíres de casa verás a nuvem por cima de ti.
Talvez oiças o teu corpo em vez do teu coração,
Porque continuas a sofrer em silêncio?
Eu sofro e este sentimento não tem fim,
Não vou lutar mais contra a morte pois inevitável é.
Porque sonho?se um dia o sonho se finda!
Pensei que mudei, mas mudar, não!
Não mudar-me a mim, mudar o mundo.
Custa admitir o que sinto,
Custa chorar estas lágrimas,
Custa olharem para mim e virarem a cara.
Sou um SER como outro ser.
Tenho direito à vida…
Nunca vi o sol brilhar, a chuva parar de cair.
Nunca vi o amor e nem senti o que é estar vivo!
Deixa querer de mandar na morte,
Deixa vir o que estiver par vir…
Aguenta agora, SER.
Chora…
Ao menos chora…



















Mais uma noite caminho nesta estrada,
Vagueio no escuro, à luz das estrelas,
Mais uma vez a minha lama me quer dizer algo,
Aquela pequena vontade de chorar.
Mais uma vez só e no silêncio da noite, sento-me e descanso.
Choro mais umas lágrimas…
Mais uma vez caminho nesta estrada, vagueio no escuro, fujo e não olho para trás.
Tenho apenas por companhia a minha sombra,
As pedras a minha volta,
A brisa fraca na copa das árvores,
O coaxar das rãs ao longe…
E, o meu medo.
Novamente só, no silêncio da noite,
Com as minhas lágrimas, a minha dor.
Descanso, fecho os olhos, adormeço eternamente…





























Aqui estou, perdido.
Aqui estou com esta solidão presa na garganta, um grito mudo.
Sinto que perco a minha vida.
Sinto tudo escapar por entre os meus dedos.
Por entre todos estes sentimentos.
Perdido, aqui neste mundo mais uma vez escrevo palavras,
Apenas eu e a música, estou preso a esta vida.
Creio na contradição que este mundo é…
E que o sofrer evolui.
Talvez o pôr-do-sol e a noite que chega de mansinho,
Refresquem minha alma.
Purifiquem este meu espírito.
Talvez o silêncio da noite me faça de novo esquecer o mundo, me dê mais coragem.
Talvez o sono que devagarinho chega, apague uma vez mais uma página do meu livro.






























Talvez este sofrer,
Sejam beijos de nosso senhor.
Esta dor, serão abraços.
Este sentimento é um suave acariciar,
Neste mundo tudo se esgota…
Neste ser tudo desaparece…
Aqui, nada presta.
Talvez este sangue,
Seja vida.
A dor, essa vai-me consumindo, mas vou vencendo,
Com lágrimas no rosto e sofrer no coração.
Tenho a certeza de que estou perdido no nada, e no nada,
Nada sou.
Talvez os deuses me ignorem, uma vez mais.
Talvez ignorem estes sentimentos.
Uma vez mais o sonho se finda.
A alma de um ser cairá, definitivamente, por entre toda a vida,
Toda a vida que não vive.
Por entre as sombras, tudo se esgota, mas nada tem fim.
Talvez seja mesmo assim…
Este sofrer, dor e sentimentos.
Talvez sejam mesmo assim…
Tudo passa, nada fica,
A brisa levará o pó da vida.




















Este bicho come-me.
Como larva nojenta, de volta do cadáver.
Sinto-me inútil, um nada.
Todo este sentimento consome-me.
Mata-me, de pouco a pouco, e cada vez mais rápido.
Passam-me por cima, pisam, repisam.
Fazem, destroem, reconstroem.
Tudo é infinito, menos eu, carne, da minha carne.
Sangue do meu sangue.
Todo este cavalgar em mim luta perante a guerra,
Mas hasteia a bandeira de uma derrota, de sangue derramado, de dor e de desalento.
Tudo me consome, me come.
Tudo! Esta aflição e este grito.































Porque diz o homem:
“Caminha por aqui”?
Porque não ouves a voz do teu mais profundo ser, e segues o teu caminho?
O chamamento do teu coração…
Fecha os olhos e descobrirás,
A criança que existe no teu lado escuro.
Porque diz o homem:
“Abriga-te no caso de uma tempestade”?
Guarda em ti a força e estarás abrigado.
Ergue as mãos aos céus, procura a porta para a terra prometida.
O feitiço para quebrar o teu lado escuro, onde está?Aqui estou, manda-me dos céus um anjo,
Aqui estou, vendo a manhã nascer.
Não me interessa o que diz o homem.
Procuro e oiço o meu mais profundo sentimento.
Olho os céus, vejo o meu anjo vir, abro meu coração,
Abandono o mundo, a vida, sou livre, vou com o anjo.



























O mar dança com as ondas,
A areia fina beija os meus pés,
As conchas fazem a sua melodia, o pôr-do-sol ilumina-me.
O grito da gaivota soa ao longe…
Aqui, eu sentado junto ao mar.
Oiço o sol fervilhar no horizonte, o apagar da chama.
Sinto a dor da minha alma.
As estrelas chegam dizem olá.
Olho o céu, mais umas lágrimas, nada digo apenas sinto.
A lua chega, cumprimenta-me diz olá.
Olho o céu, mais umas lágrimas, nada digo apenas sinto.
As ondas vêm e vão.
Eu fico sentado ouvindo o mar, chorando as minhas lágrimas.































O Mundo criado por nós

Tudo aquilo de que me lembro, aquilo que o tempo não faz esquecer, são recordações de solidão, dor e revolta. São o reflexo do mundo criado por cada um de nós, álcool, drogas, sexo, ódio, traição, morte tudo é demais.
Tão estúpido que é o mundo criado por nós, cada um faz a sua parte destrói o seu bocado, constrói o seu barco e nele náufraga, prende-se na própria rede, olha por si só. O mundo não ajuda nada nem ninguém, a pobreza, tristeza e solidão abundam no mundo criado por nós.
Uma gota de esperança parece pouco, um abraço, um olhar ou um sentimento, tudo parece tão pouco, e ninguém dá o primeiro passo. Mas um mais um são dois, de mãos dadas seríamos milhões.
Tudo desaparece, este mundo será gota de água que à terra desceu, janela que se fechou, jardim que não floriu. Será aberta a sepultura do mundo criado por nós. Muitas vezes me vejo só no mundo, e então criei o meu mundo:

O meu mundo é magia, ilusão,
O meu mundo é triste, será triste,
O meu mundo foi e será solidão.
O meu mundo é a revolta com o mundo e comigo, o sentimento e a culpa.
A dor, a paz, a guerra, o amor, a liberdade e a prisão.
A pobreza e a fortuna,
O meu mundo é a minha alma, as letras de um poema, um puzzle chamado VIDA.
O meu mundo é o meu coração,
O meu mundo é eu, que vivo no mundo criado por nós.
Sou a vida e a morte,
EU SOU O MEU MUNDO.

















Preferências

Preferia que o céu fosse um enorme espelho.
Assim reflectiria toda a vida, a vida de cada um.
Preferia que a terra que apanho do chão e que hoje piso tivesse sentimentos…
Poderia assim contar as lágrimas de dor que derramo.
Gostaria de não ver o papel chorar, sempre que o arranho com palavras tristes.
Preferia que fosse a perfeição a preferir tudo.
Gostava que a tinta que sai desta esferográfica,
Fosse um rio ao menos teria vida.
Gostaria que as pessoas tivessem sentimentos.
Preferia que tudo o que hoje pinto nesta tela vazia,
Fosse visto como grande obra de arte,
Que este quadro fosse um enorme campo florido,
E que estas palavras no papel triste sobressaíssem.
Podes reflectir, implorar, chorar até,
Podes preferir o que eu não prefiro,
Podes ser mar, que eu sou rio,
Sou simples luz que te dá vida, simples terra que te mata a fome,
Sou simples rio que te mata a sede, vida…
Da terra vem o trigo em lindas e doiradas espigas,
Da farinha vem o pão que te mata a fome e comes em tua boca,
Do rio vem a água que bebes, lavas o espírito e te refrescas.
Preferia ser colorido com todas as cores possíveis, um verdadeiro arco-íris.
Estou farto da monotonia das duas cores.
Gostaria de tocar o céu, apagar imagens mais trémulas,
Reflexos mais distorcidos,
Gostaria até de escolher tudo.
















Não sou eu… mas sim o mundo

As estrelas no céu já não brilham,
Minha alma perdeu a sua luz, todo o verde secou.
Não há já nada que seja colorido…
Preciso de um milagre para acreditar que estou vivo.
O sol para mim já não brilha,
O vento já não sopra,
Um coração já não bate, não sou eu … mas sim o mundo.
Tudo morreu à minha volta,
Os pássaros, as flores, as pessoas, tudo morreu…
Não tenho mais para onde ir.
Sinto-me tão só e tenho que viver neste mundo.
Nesta prisão que é a liberdade…
Este chorar, sem ter lágrimas, este sentimento.
Não quero parar já que parar é morrer,
Mas não tenho mais ritmo, a música parou…
Não virarei a página deste diário, o amanhã não existe.
Não beberei água salgada do mais salgado mar.
Não sou rio para o mar ir beijar.
Sou grão de areia só, na infinita e deserta praia.
Não tenho mais palavras, nem sentimentos até.
Não tenho nada e tenho tudo.
São simples recordações, trémulas imagens de meu ser,
O tempo não passa mas o sonho finda,
Já não existem mais estrelas no céu.
Não há lágrimas por chorar, contos por contar,
O mundo parou…
Eu parei…
Parei para ver passar a vida, na procissão da tristeza,
Parei para ter a certeza…
Não sou eu… mas sim o mundo.












O Significado da Palavra Amor

Sei que não passas de mera ilusão.
Nem sei bem aquilo que és.
Sei que és simples palavra escrita no papel, a estrela que brilha no mais escuro céu,
A chama que me aquece, a vela que teima em arder depois de se apagar infinitas vezes.
Sei que és a mais linda flor que um dia floresceu,
A única gota de água potável no meio de toda a poluição.
A única brisa que me arrepia e me agarra à vida.
Simples cor que não vejo, doce sabor que não sinto,
És a lágrima de felicidade que corre pelo meu rosto.
És o simples sonho, magia e ilusão.
És a única coisa que me agarra ao mundo, que me prende na teia da vida.
A única que me envolve em garras de condor e me liberta do alto céu.
A única coisa que me tira a dor.
Simples palavra no papel amor é o que me mantém vivo.
É o que me aviva a esperança de ser feliz, ser herói sem vencer.
Tento apenas compreender porque te procuro.
Porque me aqueces e me meditas ao ouvido – “Amo-te”?
Porque me fazes lutar por aquilo que há muito morreu?
Procuro o único e verdadeiro amor que é a vida, o simples olhar do outro.
Amor, simples palavra que dá vida a este ser.






















O Que eu sou e não sou

Não sou pássaro de gaiola,
Sou falcão que rasga os céus.
Não sou rio manso por mansas terras,
Sou mar revolto em dia de tempestade.
Não sou murmúrio no vazio da igreja,
Sou grito de gaivota junto ao mar.
Não sou flor em jarra,
Sou flor selvagem no mais lindo jardim.
Não sou sonho realizado,
Sou desejo concedido.
Não sou luz de pirilampo, fosca e sem cor,
Sou estrela brilhante e cintilante.
Não sou água que apaga fogo,
Sou lenha que o alimenta.
Sou incógnita na equação amar,
Sou contas de multiplicar, subtrair, dividir e somar.
Não sou sábio nem doutor,
Simples pastor que cuida no rebanho.
Sou dócil cão que obedece ao dono,
Simples olhos que vêem o mundo,
Frágil coração que o sente.





















Porque não me dás lume?
Acende-me este cigarro…
Deixa-me matar o vício de viver…
Dá-me outro cigarro, não sinto nada, já não tenho coração.
Cala-te! Fuma! Devora o maldito cigarro!
Deixa-me sufocar neste teu mundo, neste teu fumo…
Maldito cigarro…
Porque não me dás lume?Dá-me lume!
Acende-me este cigarro,
Quero matar o vício de viver,
Sufocar no teu fumo, que esse vício seja a vida.